Lançado em 18 de
abril de 1857 O Livro dos Espíritos abriu um novo caminho na história da religiosidade e no sentido de fé e foi concebido pelo educador e escritor francês
Léon Hippolyte Denizard Rivail, que adotou o pseudônimo de Allan Kardec, a
partir de suas pesquisas sobre os fenômenos “sobrenaturais” que se tornaram
comuns à época.
A obra se tornou a base da doutrina espírita e foi
dividida pelo autor em quatro livro, estes que dariam origem às outras obras
fundamentais do espiritismo. O livro primeiro de O Livro dos Espíritos, Das
Causas Primárias, daria origem A Gênese; do segundo livro, Do
Mundo dos Espíritos surgiria O Livro dos Médius; do terceiro, Das
Leis Morais, viria o Evangelho Segundo o Espiritismo; e o quarto, Das
Esperanças e Consolações inspiraria O Céu e o Inferno.
O Livro dos Espíritos tem o formato de perguntas e
respostas e ao todo são 1019 questões elaboradas aos espíritos e mentores onde
se aborda todos os temas que tocam o Ser e o universo; que tocam coisas dos
espíritos e da matéria; vida e “morte”. Sempre conduzida por Allan Kardec com
um caráter investigativo e perscrutador de forma a não escapar nada, que por
vezes repete questões, tanto que não é incomum ler nas respostas a frase: já
o dissemos.
Pelo caráter do mais puro do metafísico, não poderia ser
diferente as formas ácidas como vieram as críticas às obras vinda de suas duas vertentes antagônicas: a
cética e a religiosa clássica, embasada na época pelo catolicismo; atualmente vem das
doutrinas evangélicas protestantes as críticas mais aguçadas. Porém saindo dos
sentidos de crenças e descrenças nunca a filosofia espírita foi tocada e
desmentida, sejam por céticos ou crentes. Jamais houve um tratado científico,
filosófico, teológico ou ético que viesse de fato por dúvidas sobre as bases
doutrinárias e seus principais divulgadores e trabalhadores com fundamentos de
forma a desmenti-la, ou descaracterizá-la, isto já passados mais de cento e
cinquenta anos. Tudo que se teve até hoje foram teorias vagas e desprovida de
sentido, baseadas apenas em opiniões.
Vários ramos das ciências pesquisaram a doutrina de forma
a tentarem destruí-la, mas o que de fato aconteceu, até os dias de hoje, foi o
surgimento de várias doutrinas cientificas alinhadas ao espiritismo,
comprovando que este realmente possui um caráter cientifico, e não
poderia ser diferente, uma vez que Allan Kardec assim já postulou ao lançar as
primeiras bases da doutrina.
Diga-se que Allan Kardec não temia pela Verdade, seja ela
qual for, pois mesmo quando trabalhava suas pesquisas lançou a afirmativa de
que se algo fosse comprovado como não verdadeiro que se esquecesse todo a
doutrina, pois para ele era melhor deixar todas as verdades se necessário, mas
jamais admitir uma mentira. Desta forma de conduzir seus estudos ele jamais
divulgou como doutrinário algo que contivesse dúvidas.
O espiritismo codificado por Allan Kardec é sempre
confundido com outras crenças espiritualistas. Como fator de curiosidade vale
lembrar que as expressões espírita, espiritista e espiritismo foram criadas por
Allan Kardec para se diferenciar do termo genérico espiritualismo. As
expressões criadas por Kardec são referentes ao seu trabalho, enquanto a
expressão espiritualismo e suas variantes são termos para designar um sentido
contrário ao materialismo. Pode se dizer que o espiritismo é espiritualista,
mas outras vertentes espiritualistas não são espíritas.
A doutrina espírita
tem caráter cristão, a despeito do que dizem seus detratores, e isto é patente
na questão 625 d’O Livro dos Espíritos, onde Allan Kardec questiona:.
Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de
guia e modelo? A Resposta vem em uma palavra: Jesus.
Mas no espiritismo
não se crê simplesmente porque as coisas são como são, na doutrina sempre se é
necessário uma razão; uma lógica, nunca acaso, enfim, Deus não joga dados*.
Espiritismo: filosofia, ciência e religião.
Espiritismo: Conhecimento, pesquisa e fé.
(AEM, abril de 2014)
* Não tenho fé
suficiente para ser ateu, pois Deus não joga dados.
Albert Einstein