Mãos em súplica - 2013
sexta-feira, 26 de abril de 2013
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Lábios de mel
Na boca que conta
histórias
Sobre tudo, que se
perde
Coisas, coisas,
coisas
Que depois não se
leva na memória
No sorriso que
encanta
E clama por um beijo
Quero esquecer
Mas, nada mais vejo,
A não ser o desejo
O olhar convida
Sempre mais, mais,
mais
Foi assim, desde o
primeiro beijo
Que em nossa
cumplicidade
Foi testemunhado pelo
silêncio
Até o último
Testemunhado pela
eternidade
(AEM, 2013)
UM CONTO DE RÉIS
Ainda moço, nos longínquos idos de trinta, o Vicente (Centinho, desde bebê),
caboclo esperto, bão de prosa (como se dizia na época; assim contou meu pai)
resolveu vender a Bandolera, uma vaquinha muito boa de leite, diziam a melhor
da região.
Não faltaram interessados na vaca da Dona Luzia (a verdadeira dona, consorte do
Seu Centinho). Entres estes estava o Coroné Migué, o maior fazendeiro local,
que foi até às terras dos donos da primorosa.
- Dia, Coroné!
- Dia, Seu Centinho!
- Que bãos vento troxe o coroné pra minha umirde terra?
- Tô sabeno que o senhor qué vendê a vaca da Dona Luzia. É
verdade?
- É sim, coroné.
- Quanto o amigo qué pela Bordadera?
- BORDADERA? O coroné RESPEITE minha muié.
- Discurpa home, mas num tô falano da sua muié. Tô falano na
vaca da sua muié. Ela num chama Bordadera?
- NÃO! O coroné é home valente, sei disso, mais eu num vô dexá o
sinhô falá mar de minha Luzia! Minha Luzia bordadera!
- Discurpa, Seu Centinho, ma ...
- NUM CARECE SE DISCURPÁ! É mió o coroné issimbora de minha
terra. Num vendo minha Bandolera pro coroné, nem por todo dinhero desse mundo.
- Discurpa, home. Foi um mar intendido. Pensei que a vaca
chamava Bordadera.
- O CORONÉ TÁ DE BRINCADERA COMIGO?
- NUM TÔ NÃO, HOME! SÔ HOME DE RESPEITO I U CUMPADI DEVE SABÊ
DISSO!
- Discurpa
coroné, mais ...
- MAIS O QUÊ?
- Vamô mudá o rumo dessa
prosa coroné!
-É mió memo, Seu Centinho.
- Mais ..., memo assim não tem negócio com o coroné.
- PRA NUM FICÁ DÚVIDA DÔ UM CONTO NA BANDOLERA!
- Bheinn! Nesse caso que o coroné tá mostrano que é home de
horna, eu num posso dexá de dá valô pra isso; eu vendo!
Fez-se o
negócio. O coronel, feliz da vida, levou a Bandolera para a Fazenda Monte
Verde.
O Seu Centinho pegou o dinheiro e correu para casa. Tinha de falar com a
mulher; e era urgente.- LUZIA! LUZIA! LUZIA!
- Mais o que tá aconteceno home pro cê ficá nesse berrero todo?
- Muié, vai pra casa da sua mãe; e vai logo quo cê tem que aprendê bordá!
(AEM, 2011)
terça-feira, 16 de abril de 2013
Aquele momento
Aquele momento
Em que o tempo voa
E você nem se dá conta.
Aquele momento
Em que as palavras saltam
E você nem se dá conta do que disse
Aquele momento
Em que você ri e não sabe o porquê
Em que você diz que tem de ir,
Mas quer ficar
Aquele momento
Em que você perde toda a lógica
Aquele momento
Em que filosofia se transforme em ironia
Ironia se transforma em poesia
Poesia se transforma em disritmia
Disritmia se transforma em filosofia
Aquele momento
Em que tudo parece inverso
Que tudo parece disperso
Aquele momento
Em que o fundamental se torna banal
E o banal se torna fundamental
Aquele momento
Aquele momento
Aquele momento
...
(AEM, 2013)
sexta-feira, 12 de abril de 2013
Existem certos momentos em que você vê o quanto
as pessoas podem ser prepotentes em suas ridículas vidas que não sabem se as terão
no dia seguinte. Pessoas idiotas que querem esconder suas idiotias com atitudes
de autopromoção, mas que deixam claro que tudo não passa de mero despeito e de
pseudo-superioridade; pois, pessoas realmente grandes em talento, inteligência
e moral, são aquelas que são vista assim por olhos alheios e não pelo próprio
ego.
terça-feira, 9 de abril de 2013
Considerações a respeito dos crápulas
No seriado Roma, que já assiste umas trezentas vezes, e que estava*
acompanhando mais uma vez, tem uma passagem interessante. Na série, quando
César invade Roma sai comprando apoio de todo mundo e nesta corrupção
generalizada (parece até ser país da América Latrina) ele diz para oferecer uma
grande soma aos clérigos, no que foi questionado pelo valor ser muito elevado.
Ele justificou com um pensamento interessante, mais ou menos assim: “quero
comprar o apoio deles, não alugá-los”.
Interessante 1.
Deve ser por isto que os crápulas que apóiam crápulas não os
traem: são comprados com valores que lhes são acima do que poderiam recusar.
Interessante 2.
O estranho é que há crápulas fiéis comprados com valores
muitos baixos. Bem! Crápulas nunca valem nada, por isto qualquer quantia paga
já será um valor alto.
Interessante 3.
No mundo crápula os alugados são mais caros que os vendidos,
porque quanto mais crápula...
Interessante 4.
Estou tão contraditório nos itens acima que nem eu chego a
conclusão nenhuma, mas é que não entendo nada deste universo.
Curiosidade 1.
Um crápula não vale nada, já disse antes, então, como se
determinam os valores da escória? Talvez no universo crápula não se paga por
cabeça, mas por lucros que possam gerar. Quando César quis comprar apoio dos
clérigos ofereceu grande soma por saber o que teria de retorno. Fica daí que
quando se quer comprar em definitivo um crápula que pode gerar grande lucro tem
que se estar disposto a pagar muito. O que normalmente vemos mesmo é o aluguel
de canalhas, por isto as tantas trocas de partidos e aliados na política?
Curiosidade 2.
Quanto se pagou ao Maluf para deixar o Lula beijar-lhe as
mãos?
Curiosidade 3.
Se aparecesse alguém disposto a pagar mais, a oferecer mais
aos clérigos, eles mudariam de lado, abandonando César? Outras mãos seriam
beijadas? Provavelmente, sim. Então, de fato, crápulas são apenas locáveis e
não venais?
* Obs.: Outras vezes que assisti a série Roma (começo, meio e fim)
foi em canal pago. Desta vez estava vendo em canal aberto, que a principio era às
terças-feiras, mas depois passou para o sábado e depois não sei mais o que
aconteceu com o seriado. Significa que TV aberta é verdadeiramente uma droga.
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Arte
Arte que se cria,
Arte que se sonha,
No âmago sua
essência mais profunda ou sombria.
Mas ainda me
pergunto arte?
Arte pobre, arte
nobre, arte que através de um olhar se faz viajar, contemplar ou amar...
O que seria do
homem sem a arte?
Sobreviveria sem
as cores?
Sem preto, sem o
branco, sem flores, sem dramas, sem amores, sem a melancolia ou a alegria, mas
quem sobreviveria?
O homem se realiza
através da alma e por sua vez, a alma através da arte!
Um dia Deus
realizou sua arte mais profunda, criou a terra com suas belezas e hipocrisias.
Assim o homem
continuou a seguir seus passos... criando suas obras através da alma... onde
tudo se cria.. se transforma.. onde a mais bela arte se faz renascer a
cada olhar fascinante de uma criança... de uma amante...
A arte que
se faz simples, mas marcante... a arte que ninguém se explica, a arte de
Deus, do homem e do mundo...
Arte simplesmente....Você!!(Solange Silveira, 08/04/2013)
quarta-feira, 3 de abril de 2013
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