segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O irrisório valor da arte

A UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) – campus de Humanas, que atualmente está com as atividades em espaço provisório deve retornar a seu local de origem no Bairro dos Pimentas em Guarulhos no inicio de 2016. Para adequar as condições do crescimento da universidade foi construído um novo prédio no campus que estava saturado e para isto, durante a construção das novas dependências, fomos transferidos para o centro da cidade.

Mas o que chama a atenção antes do retorno é um edital lançado para realização de um grafite na parede externa do fundo do teatro Adamastor (construído em 2007). Vale como positivo o desejo de produzir arte na universidade, mas o ponto muito negativo é o valor que será pago ao projeto vencedor: R$ 2.000,00 (dois mil reais).

Dois mil reais é um valor ridículo se consideramos o tamanho da obra que deverá ser produzida; obra que está dividida em três seções: 17,2m x 8,1m; 18,7m x 15,6m e 17,2m x 8,1m. A obra é de 58,3 metros de largura e chega a 15 metros em sua maior altura. Ao todo são 570 m2. Foto do local pode ser conferida no link do edital.

Se fosse contratada uma empresa para pintar de branco esta parede, da maneira como são as coisas com a coisa pública sairia, sei lá, talvez por uns cem mil reais, mas para artista(s) criar uma obra de grandes dimensões e executar o trabalho se dá o material (orçamento de seis mil reais)  e dois mil reais como prêmio. O edital não fala nada sobre andaime e segurança, talvez os valores referentes a equipamentos estejam orçados nos seis mil reais.

A vergonha se torna maior ainda porque o Campus Guarulhos tem o curso de História da Arte. Isto torna este edital ofensivo à arte e aos artistas, pois, se uma instituição que deveria reconhecer o valor artístico de uma obra procede de forma tão contrária fica difícil construir uma percepção valorizando o sentido de arte.

Creio que as pessoas que elaboram este edital gostariam que fosse diferente, mas certamente não conseguiram melhores condições. Sei como funcionam as coisas no poder público. Sei também que há projetos que é melhor não serem realizados.

Pode até parecer extremo, mas não vejo diferença entre a proposta apresentada neste edital e a policia reprimindo artistas nas ruas: se a visão não é a mesma, a percepção de valor do artista com certeza o é. Há uma certa visão de desvalorização, guardadas as devidas proporções.

Desculpem-me os elaboradores deste edital, mas não dá para não fazer este comentário, pois não se pode pensar artes com seriedade quando surge um projeto prático é se constata com este absurdo. Ou, viveremos eternamente com o velho chavão que é para o artista mostrar seu trabalho.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Hitler irado com servidores de Guarulhos


Adaptação humorada feita em homenagem à vitória dos servidores municipais de Guarulhos contra o autoritarismo da administração que queria impor prejuízos à categoria sem a menor disposição de diálogo. 
Com uma manifestação histórica, que levou mais de 10.000 servidores às ruas, os servidores não apenas fizeram com a administração dialogasse sobre o projeto do RJU (Regime Jurídico Único), muito prejudicial a todos, mas recuasse no mesmo dia, numa clara demonstração da força de um povo organizado e determinado que pode quebrar qualquer autoritarismo arrogante e intransigente..

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Exposição "Faces de Guarulhos"


Resultado do projeto que inscrevi para o edital da PRAE-Unifesp (Programa de Apoio ao Estudante), que busca mostrar os mais diverso aspectos da cidade de Guarulhos, onde situa o Campus de Humanas da Universidade Federal de São Paulo.
Esta mostra leva uma série de fotografias P&B onde procuro evidenciar a relação Ser Humano-cidade, registros comuns e pontos únicos; uma tentativa de trazer uma ponta da diversidade de uma das maiores cidades do país.

Centro Permanente de Exposições de Arte " Prof. José Ismael"
Pç. Cícero de Miranda, S/N - Vila Galvão (Lago dos Patos) - Guarulhos/SP

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

ECLIPSE ÁCIDO

Dia que se erradia
E traz horizonte breve
Na águia que se atreve
Que rompe, que ignora
O tempo e o medo
E leva segredo
De morte, de dor
Voa, alegre Enola
Rumo norte do horror
Fazendo tua hora
De revanche e avalanche
E deixa eterna memória
Tal que se mil Fuji
Em toda força se partir
Não igualará a ti
Queime todas as almas
Milhares te esperam
Voa e faça luz
Voa e faça trevas
Voa e faça vir chuva
Chuva densa, turva
E leve para sua terra
A glória da paz
Pelo fim terrível
Da mais terrível guerra
Voa alegre Enola
E canta tua triste melodia
Que ao longe, lá fora
Onde o dia irradia
O inimigo algente
Inimigo de tua esperança
Espera-te e sorri contente
Um sorriso de criança.

(AEM, 2005)

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Tão presente

Ontem revisitei o passado
Passado ontem, revisitei novamente
Revisitei novamente o ontem
Ainda tão presente

(AEM, 2015)

sábado, 6 de junho de 2015

Bateu saudade

Bateu saudade ...
E a mente tentou fugir
Das melhores memórias
Das tantas histórias

Bateu saudade!
O silêncio ecoou
Nas esquinas perdidas
Nas noites mal dormidas

Bateu saudade,
Mas, o cálice queimou
No trago de esquecimento
Em um trago de lamento

Bateu saudade.
E nas tantas memórias
O silêncio ácido queimou
O cálice, em ebulição, ecoou

Bateu saudade?
Nas esquinas, no silêncio do cálice
Esqueço tudo e apenas amelho
O que sobra do avesso do espelho

(AEM, 06/15)

sexta-feira, 5 de junho de 2015

POR UM UNIVERSO PARALELO

Viver em um mundo estático parece bom, até que você descobre que tudo está em movimento. Estar seguro e confortável é algo que todos querem, creio que faça parte do instinto de preservação humano; enfim, sobreviver é preciso. Navegar não é mais preciso. Isto é perfeito, o problema é que não disseram isto para os loucos. Daí estes a saíram por aí querendo movimento. Ação. Reação. Inovação. Mo-vi-men-ta-ção.
Parece que surgiu a insatisfação.
Estranho é saber que estes insatisfeitos parecem não querer voltar a razão dada pelos equilibrados. Estes uns, que estão lá, olhando tudo em seu ponto de vista estático; naquele ponto de vista onde tudo pode ser visto e pensado. É certo que tudo é visto a milhões de milhas de distância e sentido apenas pelos sentidos da lógica.
Oras! Como os loucos que estão lá tentando embebedarem-se de liberdades podem saber mais que os doutores lúcidos sobre as questões que tratam da alma humana? Mas, há uma questão um tanto inconveniente que parece irritar os doutos: quem foi que construiu nosso mundo?
Sei! Não foram os estáticos e eles sabem disto. Não! O nosso mundo não é obra dos ditos guardas dos bons costumes e moral. Estes, quando muito, deduziram algumas coisas nos infinitos e criaram suas normas e leis através do que foi vivenciado pelos loucos e sonhadores. E como são bons para criarem leis, por decreto elegeram-se o centro do universo.
Por decretos impuseram-se soberanias mais por temor que por acreditarem-se soberanos de fato.
Por decretos afirmaram-se senhores da ética e ditadores da moral.
Decretaram que tudo deveriam ser estático, embora soubesse que tudo nasceu do movimento dos loucos e sonhadores.
E por que eles simplesmente não sobem em seu trono (aquele que fica lá à esquerda, ou à direita, na última porta) e deixam os sonhadores construírem tudo para eles? E quem disse que não é exatamente isto o que eles querem e que estão fazendo?
É isto mesmo! Vivem a criticar e tentar derrubar os loucos e sonhadores, mas é somente para manter as aparências de seres superiores. Sabem que nada podem fazer, mas precisam das coisas feitas. Então, deixam frestas suficientes para que as coisas aconteçam, e quando estão prontas lá estão eles para pegar os louros. Assim são os soberanos do trono da última porta à direita (ou, à esquerda).
Talvez tenha chegado a hora dos loucos e sonhadores romperam as fronteiras do universo estático (que de fato está em movimento) e fugir para um universo onde o movimento não seja proibido. Onde a vida possa ser vivida em plenitude.
Quem se importa com lógicas e direções, razão e proporção, quando se é verdadeiramente livre?

(AEM, 2012)

quinta-feira, 4 de junho de 2015

DANÇANDO ROCK N’ ROLL

Vitrola rola
Vinil, como dantes
Rock n’ roll music
Ritmo, ritmo quente
Regado a coca-cola e whisk
Suor irreverente
Correm nas faces livres
Dos garotos maus
Das meninas boas
E ecoa
Os acordes de Chuck
Rima perfeita de Rock
Na essência pulsante
E rola e roda
Jaquetas e brilhantinas
E rolam fantasias
Rolam loucuras
Que inspiram desejos
Gozos de euforia
E rolam olhares
Que se cruzam, e se casam
Se perdem, se prendem
E os acordes dão o passo
O compasso, e mais um passo
Um passo de dança
Em descompasso
Pelos ritmos que se confundem
Da guitarra que eletriza
Do olhar que hipnotiza
E os acordes rolam
E se repetem, repetem, repetem, ...
Em prenúncio do fim
E o som baixa, baixa, baixa
E silencia em fim
Mas os suores correm
E os olhos fixos
E os sorrisos soltos
Despertam hormônios
Que explodem
Nos braços que se envolvem
Nos lábios que se consomem
Em suores que se confundem
No amor que se faz

(AEM - 06/2006)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Motores da vida

Sonhos são os motores da vida, portanto, quem não sonha está morrendo lentamente nos acostamentos do nada.
Sem sonhos não há razão para viver; quem não sonha, apenas dorme em travesseiros vazios.

Sem sonhos o mundo se torna sem cor; quem não sonha apenas sobrevive ... sem luz.

Mas, para que serve um sonho se não for para ser realizado quando o dia amanhecer; ou, quando a noite chegar?
Sonhos são a própria razão de ser de um Ser.

Quando frustrados os sonhos, adoecemos.
Mas quando realizamos um sonho, nos realizamos como almas que somos.

Realizados ou frustrados, sejam quais forem os destinos dos sonhos, o que importa depois é ir sonhar novamente.
Porque, sem motores, morremos lentamente em uma estrada deserta.
Porém, sempre que temos motores novos somos tão velozes;
Somos tão felizes.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

TUCANALHAS E PETRALHAS E A CRISE HÍDRICA

(Somente um pouco de ironia e nada mais)

Nesta crise hídrica em que estamos passando todos culpam o governo do PSDBOST, que é certo está afogado em irresponsabilidades (sic).
Para mim, mero usuário deste item tão sem importância que foi relegado a segundo ou terceiro plano pelo sr. governador, creio que assim como para todos os meros mortais, esta situação de penúria parecia impossível de acontecer. Oras, logo ali está Igaratá, assim como Mairiporã (uma parte do complexo Cantareira) com água por todo lado, Guarapiranga e tantas outras fontes que se dá ao luxo de transformar o maior rio do estado em lixo.

Mas se eu não podia imaginar a que ponto se chegou, é certo que o governo sabia, pois pelo que se pode ver em matérias que pululam na net é fácil perceber que tanto especialistas como a SABESP podiam prever o futuro com mais precisão que Nostradamus, mas simplesmente optaram por acreditar no poder superior da divina Natureza, sempre tão pródiga com São Paulo; enfim, São Pedro é parceiro ou não?
Mas, santo Pedro é parceiro do santo Paulo, não de santas incompetências e estupidez.

Porém, como vejo tantas críticas ao governado do estado resolvi fazer um jogo: supor que ao invés dos tucanalhas como donos da SABESP, fossem os petralhas. Enfim, a questão é de sigla ou de filosofia política geral brazuca? Estou certo que o problema não é deste ou daquele, mas da própria formação geral em que todos estamos inseridos; ou seja, a troca de siglas seria o famoso trocar seis por meia dúzia. Será?
Então, a partir daí me questionei: sendo canalhas vermelhos e não canalhas azuis e amarelos como seria a crise hídrica?
Em minhas análises conclui que no quesito água estaríamos na mesma situação crítica, pois estes outros não tem atributos melhores em competência que aqueles uns e nem interesse público, assim como qualquer servidor eleito, seja do executivo ou do legislativo, enfim é simplesmente aquela questão do seis e do meia dúzia. Porém, fazendo analogia com outra empresa pública gerida pelos vermelhinhos conclui que, se em situação de água estaríamos na mesma mer..., no quesito Estado de São Paulo e SABESP, como empresa, tudo seria uma meleca. Com estes outros não teríamos água, o governo do estado estaria quebrado e SABESP (loteada por centenas – maybe milhares – de companheiros) estaria falida e sem rumo.

Ou seja, se o inferno da tucanalha é quente e seco e formador de misérias, assim como o inferno de qualquer outra sigla começado com P (de pilantragem, putaria, patifaria, partido, político, puxa-saco, ...), o inferno dos petralhas, além destes atributos, tem um quê a mais: este um tem muito mais demônios que todos os outros “p” juntos. Isto torna o inferno petralha insuportável.
Se é que haja algum inferno “p” suportável.
Mas e daí: seis e meia dúzia são diferentes? Sei lá
(AEM, 2015)