quinta-feira, 11 de junho de 2015

Tão presente

Ontem revisitei o passado
Passado ontem, revisitei novamente
Revisitei novamente o ontem
Ainda tão presente

(AEM, 2015)

sábado, 6 de junho de 2015

Bateu saudade

Bateu saudade ...
E a mente tentou fugir
Das melhores memórias
Das tantas histórias

Bateu saudade!
O silêncio ecoou
Nas esquinas perdidas
Nas noites mal dormidas

Bateu saudade,
Mas, o cálice queimou
No trago de esquecimento
Em um trago de lamento

Bateu saudade.
E nas tantas memórias
O silêncio ácido queimou
O cálice, em ebulição, ecoou

Bateu saudade?
Nas esquinas, no silêncio do cálice
Esqueço tudo e apenas amelho
O que sobra do avesso do espelho

(AEM, 06/15)

sexta-feira, 5 de junho de 2015

POR UM UNIVERSO PARALELO

Viver em um mundo estático parece bom, até que você descobre que tudo está em movimento. Estar seguro e confortável é algo que todos querem, creio que faça parte do instinto de preservação humano; enfim, sobreviver é preciso. Navegar não é mais preciso. Isto é perfeito, o problema é que não disseram isto para os loucos. Daí estes a saíram por aí querendo movimento. Ação. Reação. Inovação. Mo-vi-men-ta-ção.
Parece que surgiu a insatisfação.
Estranho é saber que estes insatisfeitos parecem não querer voltar a razão dada pelos equilibrados. Estes uns, que estão lá, olhando tudo em seu ponto de vista estático; naquele ponto de vista onde tudo pode ser visto e pensado. É certo que tudo é visto a milhões de milhas de distância e sentido apenas pelos sentidos da lógica.
Oras! Como os loucos que estão lá tentando embebedarem-se de liberdades podem saber mais que os doutores lúcidos sobre as questões que tratam da alma humana? Mas, há uma questão um tanto inconveniente que parece irritar os doutos: quem foi que construiu nosso mundo?
Sei! Não foram os estáticos e eles sabem disto. Não! O nosso mundo não é obra dos ditos guardas dos bons costumes e moral. Estes, quando muito, deduziram algumas coisas nos infinitos e criaram suas normas e leis através do que foi vivenciado pelos loucos e sonhadores. E como são bons para criarem leis, por decreto elegeram-se o centro do universo.
Por decretos impuseram-se soberanias mais por temor que por acreditarem-se soberanos de fato.
Por decretos afirmaram-se senhores da ética e ditadores da moral.
Decretaram que tudo deveriam ser estático, embora soubesse que tudo nasceu do movimento dos loucos e sonhadores.
E por que eles simplesmente não sobem em seu trono (aquele que fica lá à esquerda, ou à direita, na última porta) e deixam os sonhadores construírem tudo para eles? E quem disse que não é exatamente isto o que eles querem e que estão fazendo?
É isto mesmo! Vivem a criticar e tentar derrubar os loucos e sonhadores, mas é somente para manter as aparências de seres superiores. Sabem que nada podem fazer, mas precisam das coisas feitas. Então, deixam frestas suficientes para que as coisas aconteçam, e quando estão prontas lá estão eles para pegar os louros. Assim são os soberanos do trono da última porta à direita (ou, à esquerda).
Talvez tenha chegado a hora dos loucos e sonhadores romperam as fronteiras do universo estático (que de fato está em movimento) e fugir para um universo onde o movimento não seja proibido. Onde a vida possa ser vivida em plenitude.
Quem se importa com lógicas e direções, razão e proporção, quando se é verdadeiramente livre?

(AEM, 2012)

quinta-feira, 4 de junho de 2015

DANÇANDO ROCK N’ ROLL

Vitrola rola
Vinil, como dantes
Rock n’ roll music
Ritmo, ritmo quente
Regado a coca-cola e whisk
Suor irreverente
Correm nas faces livres
Dos garotos maus
Das meninas boas
E ecoa
Os acordes de Chuck
Rima perfeita de Rock
Na essência pulsante
E rola e roda
Jaquetas e brilhantinas
E rolam fantasias
Rolam loucuras
Que inspiram desejos
Gozos de euforia
E rolam olhares
Que se cruzam, e se casam
Se perdem, se prendem
E os acordes dão o passo
O compasso, e mais um passo
Um passo de dança
Em descompasso
Pelos ritmos que se confundem
Da guitarra que eletriza
Do olhar que hipnotiza
E os acordes rolam
E se repetem, repetem, repetem, ...
Em prenúncio do fim
E o som baixa, baixa, baixa
E silencia em fim
Mas os suores correm
E os olhos fixos
E os sorrisos soltos
Despertam hormônios
Que explodem
Nos braços que se envolvem
Nos lábios que se consomem
Em suores que se confundem
No amor que se faz

(AEM - 06/2006)