O ex-presidente Lula sempre gostou de metáforas e sempre trazia alguma análise complexa para o campo do popular, para o populismo. Há até teses e livros escritos sobre as tais. Era até bom nisto. Diga-se em metáforas e populismo. Assim, pela fala do ex-presidente o “mercado tem diarreia” e “no Brasil Jesus faria aliança com Judas”. E segue por aí.
Até a sucessora tenta copiar o sucesso metafórico do ex, porém é um grande fracasso, e escorrega no dentifrício.
Metáforas, no entanto, não é uma prerrogativa exclusiva de Lula, mas do Ser Humano. E por sua característica racional e superior o Ser Humano gosta de utilizar os outros animais como astros em suas histórias. Assim temos os vícios e virtudes humanas comparados com os instintos e “talentos” de nossos irmãos de jornadas neste mundo. Algumas clássicas. Desta forma o leão é sempre utilizado como força, ferocidade; o cachorro, o amigo do Homem; a raposa, esta pode ser ambígua; etc.
As cobras, embora possam às vezes simbolizar alguém de talento, onde se poderia dizer que tal pessoa é cobra nisto, ou naquilo, é por senso comum utilizada em seu aspecto negativo da nossa natureza; então, as cobras simbolizam a traição, maldade e os venenos da alma. Algumas espécies são citadas em particular: jararaca, surucucu e cascavel. Talvez tenha a ver com o veneno tão nocivo ou com questões bíblicas, enfim, segundo o velho testamento devemos a nossa queda do Paraíso à serpente; e no livro Apocalipse há a serpente de sete cabeças. Mas isto são outras metáforas.
E isto posto digo que Lula foi infeliz quando, em seu discurso de desagravo à condução coercitiva que sofreu, se comparou à uma cobra, no caso a jararaca.
Poderia dizer, como Ronaldo quando teve uma contusão grave: o guerreiro está ferido, mas não morto. Ainda mais ele tão fã de futebol. Sim! Se mostrar forte e tenaz. Pense na força da expressão: Quiseram matar o guerreiro, um verdadeiro leão, mas bateram no rabo e não na cabeça. E poderia reforçar: não bateram na cabeça porque temeram a fera. Que impacto! A militância teria um orgasmo social-bolivariano (eu tentando fazer metáfora).
Porém, traz a cobra como símbolo de si mesmo. Isto, penso, embora pareça bobo diz muito.
(AEM, 03/2016)
Nenhum comentário:
Postar um comentário