Fazer cultura em Guarulhos não é
tarefa fácil, embora a cidade seja pródiga em números e frações ditas em
milhões. Mas, não é privilégio de nossa cidade a falta de vontade com a
Cultura. Isto de fato é uma questão nacional (e irracional); creio que pode se
dizer que é uma questão cultural brasileira (se é que me faço entender). A cultura é sempre o patinho feio para
as verbas públicas que são jogadas nas obras disto e daquilo. E também não são
para Educação e Saúde, pois estas também não andam bem de saúde; os prédios de
hospitais e escolas até que surgem daqui e dali, mas são somente obras para
onde vão as verbas. De fato, não se constrói Educação e Saúde, mas apenas
esqueletos.
Neste estado desajustado de
coisas onde o básico é relegado e usado apenas como plataformas abstratas e
gritadas como pontes concretas para um futuro que está cada vez mais no futuro
falar-se em Cultura de verdade chega a ser ridículo.
Ser ridículo, então. Que seja!
Daí surge uma questão que chama
atenção para os poucos artistas que são moradores de Guarulhos que são
contratados pela Prefeitura para se apresentarem nos eventos públicos é o de
terem de pagar ISS. Artistas de outras cidades/estados que se apresentam aqui
são isentos.
É no mínimo curioso o fato de
contribuintes guarulhenses que pagam todos os impostos e mais alguns ao longo
do ano terem de pagar mais este, enquanto artistas que vêem à cidade somente
para ganhar são isentos; isto para a mesma natureza de serviço.
Certamente há razões para tal;
razões burocráticas, diga-se.
Razões de um estado despreocupado
com Arte e Cultura. A burocracia sempre é despreocupada. A burocracia é simples
em sua complexidade idiota.
Pior é ver a conivência e falta
de questionamento por parte dos interessados. Paga-se simplesmente e não se
questiona.
Não se faz nada.
Medo? De que?
Ou será que estamos todos burocratizados?

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