terça-feira, 12 de março de 2013

Valores inversos


É estranho como os preconceitos se apresentam na Sociedade. Uma das formas que este dragão de milhares de cabeças se apresenta é no direito à prisão especial, ou algo que valha, a quem tem formação superior (não entendo de leis para dizer os termos corretos, e, de fato, nem me interessa, pois o que importa mesmo é o fundamento do que vemos nos noticiários com relação ao tema).

A questão é que pessoas com formação universitária têm privilégios após cometerem crimes. Mas, um homicida com títulos acadêmicos é menos criminoso que um homicida sem formação?
Talvez em sua sociedade onde as leis são feitas pelos sócios privilegiados isto seja o correto, pois um cidadão distinto tem o dever de defender os seus compares.

Isto não é justiça!

Isto na verdade é uma grande inversão de valores. Homens confundindo a massa com suas teorias de superioridade que diz que um criminoso com diploma em um quadro emoldurado em dourado pendurado em uma bela parede azul não é verdadeiramente mal; quem sabe tão somente uma vítima das circunstâncias.

Vítima também?

Todos os casos têm de serem analisados em suas peculiaridades, mas no que toca ao genérico, definitivamente, não.
Não mesmo?
Não devem ser tratados diferentes os criminosos em suas diferenças?
Uma coisa eu sei: do princípio de igualdade estabelecido na constituição extraiu-se que todos devem ser tratados de formas desiguais em suas desigualdades. Exemplo: por este princípio o Estado dá advogado a quem não pode pagar, tratando de maneira diferente um cidadão, digamos, dando um “privilégio”.

Então, por este princípio os criminosos também têm de serem tratados em suas desigualdades no que diz respeito à prisão. Mas não como atualmente dando mais privilégios a já privilegiados.
Alguém que teve todas as oportunidades, todas possibilidades de se desenvolverem em suas potencialidades; enfim tudo que grande maioria da sociedade não teve, deve ser cobrado mais que os demais.

Oras! Alguém que teve direito a sonhar e crer nas realizações destes, contra alguém que, em muitos dias e noites tinha de dormir para esquecer a fome;
Alguém que teve a oportunidade de aprender, conhecer, formar-se, contra alguém que tem, quando muito, a ridícula escola pública que até parece querer desestruturar a massa, ou torna-la mais massa ainda;

Alguém que teve as melhores influências, contra quem teve somente as leis das ruas;
Alguém que teve segurança para se desenvolver, contra quem, em certos casos, não teve nem onde morar.
Enfim, um cidadão que teve tudo para dar certo como Ser Humano, contra alguém que não teve nada, ou muito pouco.

Ante um crime de mesma natureza quem é, de fato, o mais criminoso? O privilegiado ou o outro?

Então, está na hora de se inverter os valores, digo trazê-los à transparência e à justiça verdadeira, e cobrar mais de quem recebeu mais.
Se isto for impensável por enquanto, ao menos se equacione o que der e cobre-se de forma igual, e esqueça-se, neste caso, a desigualdades dos desiguais.
E acabe-se com este privilégio tão vergonhosamente preconceituoso lançado oficialmente a Sociedade.

(AEM, 12/03/13)

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