É estranho como os preconceitos
se apresentam na Sociedade. Uma das formas que este dragão de milhares de
cabeças se apresenta é no direito à prisão especial, ou algo que valha, a quem
tem formação superior (não entendo de leis para dizer os termos corretos, e, de
fato, nem me interessa, pois o que importa mesmo é o fundamento do que vemos
nos noticiários com relação ao tema).
A questão é que pessoas com
formação universitária têm privilégios após cometerem crimes. Mas, um homicida
com títulos acadêmicos é menos criminoso que um homicida sem formação?
Talvez em sua sociedade onde as
leis são feitas pelos sócios privilegiados isto seja o correto, pois um cidadão
distinto tem o dever de defender os seus compares.
Isto não é justiça!
Isto na verdade é uma grande
inversão de valores. Homens confundindo a massa com suas teorias de
superioridade que diz que um criminoso com diploma em um quadro emoldurado em
dourado pendurado em uma bela parede azul não é verdadeiramente mal; quem sabe
tão somente uma vítima das circunstâncias.
Vítima também?
Todos os casos têm de serem
analisados em suas peculiaridades, mas no que toca ao genérico,
definitivamente, não.
Não mesmo?
Não devem ser tratados diferentes
os criminosos em suas diferenças?
Uma coisa eu sei: do princípio de
igualdade estabelecido na constituição extraiu-se que todos devem ser tratados
de formas desiguais em suas desigualdades. Exemplo: por este princípio o Estado
dá advogado a quem não pode pagar, tratando de maneira diferente um cidadão, digamos,
dando um “privilégio”.
Então, por este princípio os
criminosos também têm de serem tratados em suas desigualdades no que diz
respeito à prisão. Mas não como atualmente dando mais privilégios a já
privilegiados.
Alguém que teve todas as
oportunidades, todas possibilidades de se desenvolverem em suas
potencialidades; enfim tudo que grande maioria da sociedade não teve, deve ser
cobrado mais que os demais.
Oras! Alguém que teve direito a
sonhar e crer nas realizações destes, contra alguém que, em muitos dias e
noites tinha de dormir para esquecer a fome;
Alguém que teve a oportunidade de
aprender, conhecer, formar-se, contra alguém que tem, quando muito, a ridícula
escola pública que até parece querer desestruturar a massa, ou torna-la mais
massa ainda;
Alguém que teve as melhores
influências, contra quem teve somente as leis das ruas;
Alguém que teve segurança para se
desenvolver, contra quem, em certos casos, não teve nem onde morar.
Enfim, um cidadão que teve tudo
para dar certo como Ser Humano, contra alguém que não teve nada, ou muito
pouco.
Ante um crime de mesma natureza
quem é, de fato, o mais criminoso? O privilegiado ou o outro?
Então, está na hora de se
inverter os valores, digo trazê-los à transparência e à justiça verdadeira, e
cobrar mais de quem recebeu mais.
Se isto for impensável por
enquanto, ao menos se equacione o que der e cobre-se de forma igual, e
esqueça-se, neste caso, a desigualdades dos desiguais.
E acabe-se com este privilégio
tão vergonhosamente preconceituoso lançado oficialmente a Sociedade.
(AEM, 12/03/13)
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