HERCULES
FLORENCE[1]
Antoine Hercule Romuald Florence, artista e
inventor, nasceu em 1804 na cidade de Nice, França e veio para o Brasil em
1824, onde passou a viver. Florence, a princípio, permaneceu e
trabalhou no Rio de Janeiro. Em 1825 foi convidado para ser o segundo
desenhista da Expedição Langsdorff, seguindo com os exploradores rumo ao
sertão brasileiro. Ao passar pelo interior de São Paulo conheceu Maria Angélica
Alvarez Machado e Vasconcelos com quem viria a se casar em 1830, após o término
da expedição e passa a viver na Vila de São Carlos (atual cidade de
Campinas/SP).
É de Hercules Florence o único relato da infortunada
expedição que posteriormente foi traduzida pelo Visconde de Taunay e publicada
em 1875 na Revista Trimestral do Instituto Geográfico Brasileiro.
Um dos trabalhos de Florence que
resultaram da expedição foi um tratado de Zoofonia, que tratava dos sons
produzidos pelos animais, que desejava publicar; mas o fato de haver apenas uma
única tipografia em São Paulo dificultou seu intento, que passa então a
pesquisar processos de impressão. Destas pesquisas iniciais cria o processo que
deu o nome de Poligrafia (Polygraphie), pela qual, em 1831, imprimi 16
páginas contendo um sistema musical de 28 figuras e detalhes de um ensaio sobre
a Zoophonie[2].
Em 1832 Hercules Florence tem, o que
ele chamou de premeditação e concebeu a idéia de impressão pela luz
solar[3].
AS PESQUISAS QÍMICAS
Nitrato de prata[4]
Creio que um dia se imprimirá pela ação da luz.
Com este pensamento Hercules Florence começa o primeiro diário[5]
manuscrito que trata de suas pesquisas e experimentos na busca de um meio
eficiente de reprodução; isto já demonstra a confiança do pesquisador em seus
trabalhos sobre impressão com a luz que se iniciaram em 1832.
Partindo do principio de que a luz descolore os objetos, propriedade que
ela havia observado em peças indianas expostas à claridade. Por não ser
químico Florence alega não conhecer as melhores substâncias que sofreriam
maiores alterações sob a luz solar, porém mesmo sem o conhecimento pleno,
conhece as qualidades do nitrato de prata a qual considera a melhor substância
que tem a qualidade de enegrecer ao Sol. Mas o que buscava era uma
substância que de preta se tornasse branca ou cuja cor se tornasse
facilmente mais clara. Seria possível que uma tal substância utilizada em
uma câmera obscura poderia captar uma imagem e fixar sob a escuridão e as
meias tintas favoreceriam a descoloração só pela metade.
Em 20 de janeiro de 1833, Florence descreve no diário o que chamou de
duas felicíssimas experiências.
A primeira narra como fabricou muito imperfeitamente uma câmera
obscura onde introduziu uma lente que retirou de um óculo e colocou um
espelho. Dentro colocou em conveniente
altura um pedaço de papel embebido em de fraca dissolução de nitrato de
prata. Em uma sala escura, sobre uma cadeira colocou a câmera mirando uma
janela com vidraça fechada.
Desta experiência com quatro horas de exposição foi realizada a primeira
fotografia no Brasil: caixilhos, o teto duma casa fronteira e parte do céu.
O primeiro problema a se resolver era que as tonalidades estavam
invertidas: o que teria de ser clara estava escuro e o que teria de ser escuro
estava claro. Após lavar o papel para retirar o nitrato de prata, mas mesmo
assim houve escurecimento das partes claras, mas jamais o bastante para
fazer desaparecer o desenho.
[1] Todos os
dados referentes a Florence tem como fonte a obra de Boris Kossoy,Hercules
Florence: a descoberta isolada da fotografia no Brasil, em especial o anexo 2,
o capítulo Livre d’Annotations et lê de Premiers Materiaux.
[2] Primeiras
Pesquisa e Descoberta de Florence
[3] Referências
Registradas por Florence Acerca de Sua Descoberta.
[4] Todas as
palavras e frases em itálico deste capítulo foram retiradas do Livre d’
Annotations et de Premiers Matériaux – Primeiro livro de anotações de Hércules
Florence
[5] Livre d’
Annotations et de Premiers Matériaux
[6] Hercules
Florence utilizou-se de estudos de Antoine François de Fourcroy (1755 – 1809),
químico francês
[7] Conceito
conhecido pelo trabalho de Fourcroy
[8] Florence
cita este Sr. Vogel como referência em pesquisa do Fósforo, mas não
consegui dados bibliográficos sobre este pesquisador.
[9] Louis
Jacques Mandé Daguerre (1787 – 1851) pintor e inventor francês.
[10] Joseph
Nicéphore Niépce (1765 - 1833) inventor francês foi autor da primeira
fotografia (1826), dissolvendo asfalto em óleo de lavanda e aplicando sobre uma
liga de antimônio, estanho, cobre e chumbo) após prepara-la a expôs ao sol.
[11] Fonte: Site Slide Share
(http://pt.slideshare.net/?ss).
[12] Hippolyte Bayard (1801 – 1887),
inventor francês
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