Precisava de um simples gesto para abrir a porta e fugir.
Antevendo sua liberdade pegou a chave olhou-a e pôs-se a relembrar de seus dias vividos até ali.
Suas lembranças trouxeram suas fraquezas, suas solidões e suas dores: sua pena.
Porém, não admitia a culpa própria que causou seu desejo de fugir da necessária prisão; ou talvez, fosse este o motivo maior do desejo da fuga insólita: as próprias fraquezas.
Olhou fixo para a chave e tomado de infinda desolação, abril a porta e se foi. Tomou sua dose de falsa liberdade.
Atravessou a porta e viu-se livre; encontrara a liberdade plena que buscava. A liberdade era tanta que não mais tinha meios de conter as insuportáveis dores e angústias atrozes, tudo em inimaginável ebulição, por se tornar, após cruzar a porta, um Ser sem máscaras.
(AEM - nov/2004)
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