quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

O TRIUNFO DO DETALHE (E DEPOIS, NADA)

A GRANDE ÁRVORE - 1942
Chaim Soutine
Smilovitch, Lituânia, 1894 - Paris, França 1943


A Grande Árvore, 1942

Chaim Soutine
99 cm x 75 cm
Óleo S/ Tela
MASP

O detalhe

Um casebre despretensioso



Detalhe de A Grande Árvore de Chaim Soutine

 Em A Grande Árvore, Chaim Soutine cria uma forma, uma massa, quase abstrata, em pinceladas que parecem dançar e nada quer mostrar como um detalhe a não ser as próprias pinceladas que apresenta a obra em um expressionismo muito próprio. A árvore, dominando quase a totalidade do espaço da tela, tem seu desenho marcado por um tronco envolto em folhagens que parecem não querer criar formas figurativas, mas que mesmo assim se mostra como tal, tornando o figural em figurativo. A primeira vista o que surge são massas de verdes envoltos em azuis dando a forma ao desenho que, com isto, dá uma exuberância que domina a tela.
Mas, eis que em meio ao domínio verdejante um vermelho em duas, ou três, pequenas pinceladas surge criando um telhado. Surge um casebre quase que por acaso; despretensioso. O vermelho, que em traços diagonais discretos no canto inferior da tela, abaixo de toda massa, sustentado por pequenas pinceladas verticais, também em tons verdes, quase abstraindo as paredes, pode até passar sem ser notada, mas em sua simplicidade figural, mesmo neste detalhe cria-se o figurativo. E aqui Soutine cria uma ambientação que dá ênfase à própria árvore e a vegetação no entorno.

(AEM, 2014)

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